sexta-feira, 3 de maio de 2013

Estilistas portugueses resgatam a Moda dos pastores de ovelha

Eles preservam cores naturais, branco, marrom e preto, como no passado. Na hora do corte, de fazer o modelo, a roupa fica com a cara do século XXI.

Pastor de Ovelhas em Serra da Estrela - foto: iberimage.com


A moderna moda portuguesa redescobre um antigo tecido usado pelos pastores de ovelhas e faz sucesso. A união entre o tradicional e o moderno pode ser a esperança para uma indústria que estava desaparecendo no país.
Uma imagem secular em Portugal está se tornando cada vez mais rara: o pastor com o seu rebanho pelas montanhas. A lã portuguesa estava em crise.
Os criadores dizem que os rebanhos estavam desaparecendo por causa da queda do preço da lã. Os esqueletos das fábricas abandonadas são a prova da decadência do setor. Ruínas espalhadas pela cidade.
Criações do estilista português Miguel Gigante, Covilhã

Covilhã, a cidade que fica ao pé da Serra da Estrela, no interior de Portugal, era conhecida como a capital da lã, mas a situação pode mudar mesmo em plena crise da economia europeia. A salvação da lã se inspira no passado. A indústria começa a voltar apostando no mais tradicional dos tecidos do país.
Lã pura, sem corantes, só com as cores naturais, branco, marrom, preto ou cinza. A lã grossa cobria os pastores na época do frio e protegia da chuva e da neve. O que era um tecido rústico dos pastores agora vira matéria prima para uma moda moderna e sofisticada. A esperança de renascimento da lã portuguesa.

foto: atelier de burel

Nas mãos de jovens criadores a grossa lã portuguesa virou moda. A pura lã vem nas cores originais e as padronagens são clássicas.  A criatividade tem que ficar mesmo por conta dos modelos e corte. O estilista busca inspiração no uso tradicional das pelerines dos pastores para fazer capas, casacos, vestidos.
Agora a lã grossa não é mais só para proteger da chuva e do frio. A roupa dos pastorinhos portugueses acabou fazendo sucesso nas passarelas e deu uma nova vida para a lã portuguesa.

Fonte: André Luiz Azevedo - Covilhã, Portugal - Jornal Hoje