quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Fotogramas da moda – anos 80

por C.A.Macchia

1982 foi um ano emblemático para o cinema mundial. 
Em um rápido lampejo de memória podemos montar uma das melhores filmotecas de todos os tempos apenas com algumas das pérolas deste ano distante e próximo. Vamos lá:

ET, Gandhi, Tootsie, The Wall, Tron, Victor ou Vitória, Poltergeist, Sonhos Eróticos de Uma noite de Verão, Conan, A marca da Pantera (Cat  People), A Noite de São Lourenço, O Veredito, Rambo, O Enigma do Outro Mundo (The Thing), O Ano que Vivemos em Perigo, ufa, só aí o leitor pode passar anos desfrutando em suas memórias de clássicos que superaram qualquer linha de espaço-tempo.
Dustin Hoffman em cena do filme Totsie

Pode-se ainda reclamar da Academia de Hollywood que consagrou Gandhi em detrimento de ET ou que Dustin Hoffman foi prejudicado, apesar de sua magistral interpretação em Totsie, mas ninguém discorde que Bem Kingsley foi o Gandhi definitivo.
Muitos voaram e emocionaram-se nas bicicross em ET, ou riram com Victor ou Vitória. Alguns quiseram ser Conan ou Rambo.
Assustaram-se com o genial Enigma do Outro Mundo (The Thing), um filme de terror inteligente como poucos ou Poltergeigeist que inovou a forma de causar medo.
Bem só por aí chega.
Mas o ano de 1982 seria mais por um filme que é definitivo: Blade Runner. Nada nos preparou para este filme.
Cena do filme Blade Runner
As duas grandes referências de filmes de ficção científica eram 2001, Uma Odisséia no Espaço e o épico Guerra nas Estrelas. Mas Blade Runner veio para mudar as coisas.
Em uma Los Angeles de 2019, sem sol, com um caleidoscópio de viventes, do punk ao hare krishna, que desfilavam por uma Chinatown psicodélica e ruas escuras, ambientes escuros, futuro escuro.
Um noir futurista, no qual o fatalismo é denso

As emoções estão impregnadas de uma angústia que se reflete em cada acorde da magistral trilha de Vangelis.
Os diálogos são cortantes, como se extraídos de um livro de Daschiell Hammet. Porém na tela o drama é existencialista. Quem somos, de onde viemos, para que estamos aqui?
E aí, bah, desfilam os personagens centrais em uma trama de ódio e amor nunca vistos em um filme de ficção científica.
Some-se ao rompimento total com os designers estabelecidos para os cenários e figurinos.

Nada ali busca uma tendência futurista. O que impera é um choque constante de estilo.
O copo de whisky é quadrado não porque está no futuro, mas porque reflete um objeto prático para se depositar o maior volume de bebida possível.
O sobretudo não está ali para dar estilo ao personagem, mas para de fato protegê-lo de uma chuva constante.
O uso do couro não é para criar uma gang, mas faz parte de uniformes espaciais. Comer comida chinesa no balcão é um ato normal. Ninguém pensava no computador pessoal naquele ano de 1982, mas em 2019 ele era uma simples ferramenta de trabalho, nada mais.
A cena de amor ao som de Love Teme é carnal, violenta, passional como um drama mexicano, sem perder a beleza, ou cair no ridículo. Não, o beijo é roubado, seduzido, apaixonado. O vilão traz ternura no olhar. Quer apenas viver. A luz briga para tentar iluminar ambientes que não buscam um estilo, mas ao contrário são livres de estilo.
A delegacia é suja como um banheiro público, a sala do cientista é barroca, com leves toques da arquitetura grega em colunas que fazem um pé direito quase infinito.
Neste filme você verá o quanto o figurino liberta-se do padrão yuppie que dominava o início dos anos oitenta.
Quando a moda começou a sair de moda e o estilo pessoal ganhou força - Blade Runner
Não existe um padrão de estilo, mas ao mesmo tempo ali está a harmonia do vestir. Harmonia que hoje se conquistou, quase chegando ao 2019 de Blade Runner. Ali o visionário do figurino soube traduzir o dia em que moda seria pessoal e intransferível.
Sem perder a elegância.
Aliás, é um dos filmes mais elegantes de todos os tempos.

Atual, visionário, retrô e muito elegante

terça-feira, 6 de agosto de 2013

A moda por um mundo melhor

Grife de moda mineira coloca presidiários para tricotar e cria oportunidades para os detentos depois de cumprirem suas penas. Por falta de mão de mão de obra qualificada a empresária Raquel Guimarães treinou homens detidos em presídio de segurança máxima para fazer tricô e crochê.

A empresária e estilista mineira Raquel Guimarães fundou a grife de moda Doisélles para fazer peças de croché e tricô. Mas a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para tal tarefa levou Raquel a buscá-la e treiná-la em um ambiente pouco provável: presídios masculinos de segurança máxima.
Raquel acompanha e orienta o trabalho

O projeto foi concebido e justificado dentro da Lei de Execução Penal, que estabelece que o trabalho dos condenados deve ter função educativa e produtiva. Até hoje, Raquel já treinou 40 presidiários, todos homens, e atualmente 18 deles trabalham para a grife em troca de redução para suas penas. Cada três dias trabalhados lhes garante um dia a menos na prisão
A iniciativa ganhou um ensaio fotográfico pela agência Reuters e uma reportagem publicada na home do site do jornal britânico The Guardian (04/08). No site da empresa, Raquel diz que os detentos "foram tomando gosto pelo tricô, até mesmo por moda de uma maneira geral".Ainda de acordo com o site, a unidade de produção da marca hoje encontra-se dentro do pavilhão 1 da Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires, em Juiz de Fora (MG), onde a produção é inspecionada por controle de qualidade tipo exportação. Os 18 detentos que trabalham para a grife estão presos sob regime fechado, condenados por crimes que vão de assalto a mão armada a assassinato.
Além de ter peças vendidas em multimarcas por todo Brasil, a Doisélles tem showrooms em São Paulo, Nova York, San Francisco e Tóquio.

Sim, o seu estilo diz muito sobre quem você é

Você já parou para pensar o que a sua roupa, seus sapatos e acessórios podem dizer muito sobre a pessoa que você é?
Vestir o que se acredita é uma das maiores formas de estilo. Isso nos ensina que seguir os nossos valores faz toda a diferença. Nosso exterior deve refletir o nosso interior, caso contrário estaríamos enganando os outros e pior, a nós mesmos. A moda tem esse papel social em nossas vidas, mostrando-nos para o mundo sem precisar abrir a boca.
Se uma pessoa respeita os animais e a natureza, não poderia usar algo que em sua produção, faz exatamente o contrário: polui o meio ambiente, usa o couro de animais como matéria prima e é desumana ao tratar os seus funcionários e amigos.
Por falta de opção, muitas pessoas acabam deixando seus valores de lado e vestem apenas o que acham bonito. O difícil mesmo é encontrar uma marca que siga a mesma filosofia que a nossa sem perder o estilo. 
QUESTIONAMOS HÁBITOS: Isto pode fazê-lo não apenas mais elegante, mas peça única. Não apenas por um tecido diferente ou uma textura original, mas por vestir aquilo que acredita.
Neste post identificamos uma marca engajada com produtos que refletem o estilo de vida de seus consumidores e este estilo se revela também nas atitudes que estas pessoas defendem como correto.
Assim esta marca se lançou no mercado com calçados e acessórios 100% conscientes, sem o uso de produtos animais ou materiais que agridem o meio ambiente.
A loja tem como conceito ser 100% transparente, questiona os padrões atuais, além de inspirar atitudes e respeito por toda forma de vida. Se você também compactua com esta mesma visão de mundo vai gostar deste post e dos produtos aqui apresentados. http://www.hypeness.com.br/2013/07/o-que-o-seu-estilo-diz-sobre-a-pessoa-que-voce-e/


Fonte:  www.hypeness.com.br – por Eme Viegas

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A moda por um mundo melhor!

Shopping Center é totalmente construído com containers reciclados.
A cidade é Christchurch, na Nova Zelândia, o empreendimento é um shopping Center que foi totalmente construído com containers reciclados colocados lado a lado.
O Cashel Mall é um complexo temporário, feito depois dos terremotos que assolaram a Austrália em 2011, e é a prova de que até um símbolo de consumismo pode ser sustentável.
O shopping tem 27 lojas, entre restaurantes, cafés, lojas de roupa ou de presentes. O aspeto exterior é bastante agradável, já que cada container foi pintado com cores diferentes e bem vivas.
Fonte: por Jaque Barbosa – www.hypeness.com.br - fotos: www.ideiasgreen.com.br

domingo, 4 de agosto de 2013

O Polo de Moda do Paraná

No início deste blog, em abril, publiquei um texto falando um pouco sobre o polo de confecção existente no Paraná. Hoje, por conta da abertura de mais um grande shopping de atacado de confecção e têxtil que acontece no norte do estado trouxe de volta o texto de abertura do nosso blog que desde abril já reuniu mais de 7 mil leitores interessados no mercado da moda. Para os que curtem este segmento, uma excelente leitura.
Paraná Fashion - 1ª edição - fonte: Fashion House

Nos últimos anos, uma grande indústria se instalou no Paraná.

Alinhada a partir da década de 70, esta indústria ganhou adeptos na década de 80 e com a abertura do mercado internacional se fortaleceu na década de 90 e até agora só cresce.
Com mais de 100 mil funcionários diretos e aproximadamente 800 mil indiretos, esta indústria registrou um aumento de mais 600% nas suas exportações no ano de 2010, enquanto o Brasil crescia 17%.
São mais de 130 milhões de peças produzidas por ano, por 5 mil pequenas e médias empresas, que movimentam negócios na ordem de 2 bilhões de reais e que já se coloca como a 3ª maior economia do nosso estado.

Paraná Fashion 3ª edição

Para manter esta indústria competitiva com o mercado 12 instituições de ensino superior se organizam para atender e preparar os profissionais que farão a diferença entre ganhar ou perder.
Mas o mais importante de tudo isto...
Esta indústria não veio de fora, esta indústria se formou aqui, pelos paranaenses que aproveitaram as transformações econômicas dos anos 80 e 90 e assim criaram um grande e competitivo parque industrial no norte, noroeste e sudoeste do estado.
Nós estamos falando da indústria da Moda.
São mais de 15 centros atacadistas de pronta-entrega que recebem em média 20 mil compradores (por mês) vindos de todo o Brasil.
Além dos empregos diretos esta indústria ainda dá muito pano pra manga, promovendo o trabalho de profissionais liberais como fotógrafos, produtores de eventos, modelos, estilistas, e outros tantos profissionais que atuam na área.

Isto é apenas o começo da costura perfeita que estamos fazendo por meio de artigos e informações sobre o mercado para você conhecer de perto quem e como se constrói um polo de Moda.

Como surgem os pólos de moda no Brasil

O Brasil possui muitos polos especializados no setor têxtil e de confecção, sendo que algumas regiões desenvolvem especificamente suas capacidades competitivas.

Com uma instabilidade grande desses polos de moda as características dominantes de cada região nacional são dependentes de situações macroeconômicas, políticas fiscais e trabalhistas, entre outros fatores externos que influenciam a produção do setor, como a concorrência com os importados.
Na década de 90, a liberação das importações provocaram enormes impactos na produção têxtil e num processo de reestruturação em concorrência com os produtos importados. Tal situação fez com que algumas empresas se deslocassem para o Nordeste.

A região Sudeste perdeu força na produção nacional em meados de 2000 devido aos incentivos fiscais oferecidos em outros estados. No mesmo período, houve queda no crescimento das empresas de malharia para as regiões Sul e Centro-Oeste.

Mas como considerar quando um estado ou cidade possui polos de moda e quais fatores explicitam tal nomeação? De acordo com a cartilha de “Sustentabilidade e Competitividade na Cadeia de Moda”, organizada pela empresa UNIETHOS, eles são construídos na dinâmica das indústrias que desenvolveram estratégias conjuntas de inovação, formação de mão de obra e bom acesso aos mercados. Mas não é somente isso!

Outros fatores contribuem para a construção de um polo de moda, como instituições de ensino e pesquisa, participação dos governos locais e a APL (Arranjos Produtivos Locais) que é um conjunto de fatores sócio-político-econômico numa mesma região que desenvolve e apresenta vínculos com produção, interação, cooperação e ensino-aprendizagem.

Esse processo todo estabelecido traz o aumento da competitividade em que os recursos utilizados, sejam também os financeiros que favoreçam a região, estado ou cidade e beneficiem as partes envolvidas na cadeia têxtil e dos confeccionados.

Em Relatório Setorial da Industria Têxtil Brasileira, de 2012 os polos de moda consideráveis no Brasil estão justificados em:

57% para Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina;
22% a 57% para Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte;
17% a 21% para Ceará, Rio de Janeiro e Paraná;


Fonte: Audaces - Por Roberto Rubbo