A beleza se tornou
uma das variáveis mais importantes deste século, por priorizar a estética e
movimentar uma economia, hoje constituída por dezenas de atividades e
profissões, respondendo por algo em torno de 40% do PIB.
Fonte: www.luxurylab.com.br
A estética será a marca do século XXI, em que as pessoas vão procurar
produtos que as deixem belas e em destaque. Quem souber aproveitar esse momento
– de produtos diferentes e estética atraente – estará à frente da concorrência.
O raciocínio é do professor Silvio Passarelli, diretor da Faculdade de Artes
Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), onde dirige o curso de
extensão Universo da Beleza, que terminou de formar a primeira turma em maio e
prepara a segunda edição do curso para agosto. “Nosso objetivo é analisar a
importância do elemento estético no mundo contemporâneo e suas diferentes
aplicações”, explica.
Segundo o professor, o tema é amplo, complexo e, até mesmo, polêmico,
trazendo a sensação de que se trata apenas do ponto de partida para grandes
discussões. Ele lembra que o século passado foi baseado na crença no Estado e
nos avanços tecnológicos. “A queda do Muro de Berlim e a tecnologia – que
apesar de trazer o progresso material, não trouxe a prometida felicidade –
geraram a oportunidade para o surgimento de um novo momento de busca da
afirmação do indivíduo”.
Desse modo, a beleza se tornou uma das variáveis mais importantes do
século XXI. “O mundo vive hoje o neo-hedonismo, a retomada do prazer e da
individualidade, e já se pode falar em uma ‘economia da beleza’, constituída
por dezenas de profissões e atividades que respondem por algo em torno de 40%
do PIB das economias modernas”, complementa.
A indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, por
exemplo, apresentou um crescimento médio de 10% nos últimos 16 anos, segundo a
associação do setor. Vários fatores contribuíram para este resultado, como por
exemplo, o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e a
ampliação da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma
impressão de juventude.
Mas, o Universo da Beleza é muito amplo e envolve outros segmentos, como
os da arte, cirurgia estética, cultura, imagem, filosofia, música, moda,
nutrição e sociologia, entre outros.
A beleza está no olhar do observador
A questão da beleza talvez seja um dos temas mais debatidos atualmente,
devendo-se diferenciar o “belo” e entendê-lo como sendo um estímulo que provoca
um estado diferente da realidade cotidiana, suscitando profunda emoção.
São vários os aspectos históricos, sociológicos e filosóficos da beleza
em suas diversas manifestações. Etimologicamente a palavra ‘beleza’ significa
‘habitar na casa de Deus’. O conceito de beleza está historicamente ligado à
bondade e à verdade. Era belo o que elevava o estado de espírito a boas
sensações.
Para o professor Passarelli, o ideal de beleza sofre constantes
metamorfoses, porém o que não muda é a busca por ela e sua subjetividade. “A
beleza não está no objeto, mas sim no olhar do espectador e esse olhar varia de
acordo com a cultura, a época histórica e as concepções filosóficas”, destaca,
concluindo que a afirmação da beleza passa pelo ‘espírito’ do observador e
coloca a beleza no delicado plano dos sentimentos.
Fonte: luxurylab.com.br