terça-feira, 6 de agosto de 2013

A moda por um mundo melhor

Grife de moda mineira coloca presidiários para tricotar e cria oportunidades para os detentos depois de cumprirem suas penas. Por falta de mão de mão de obra qualificada a empresária Raquel Guimarães treinou homens detidos em presídio de segurança máxima para fazer tricô e crochê.

A empresária e estilista mineira Raquel Guimarães fundou a grife de moda Doisélles para fazer peças de croché e tricô. Mas a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para tal tarefa levou Raquel a buscá-la e treiná-la em um ambiente pouco provável: presídios masculinos de segurança máxima.
Raquel acompanha e orienta o trabalho

O projeto foi concebido e justificado dentro da Lei de Execução Penal, que estabelece que o trabalho dos condenados deve ter função educativa e produtiva. Até hoje, Raquel já treinou 40 presidiários, todos homens, e atualmente 18 deles trabalham para a grife em troca de redução para suas penas. Cada três dias trabalhados lhes garante um dia a menos na prisão
A iniciativa ganhou um ensaio fotográfico pela agência Reuters e uma reportagem publicada na home do site do jornal britânico The Guardian (04/08). No site da empresa, Raquel diz que os detentos "foram tomando gosto pelo tricô, até mesmo por moda de uma maneira geral".Ainda de acordo com o site, a unidade de produção da marca hoje encontra-se dentro do pavilhão 1 da Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires, em Juiz de Fora (MG), onde a produção é inspecionada por controle de qualidade tipo exportação. Os 18 detentos que trabalham para a grife estão presos sob regime fechado, condenados por crimes que vão de assalto a mão armada a assassinato.
Além de ter peças vendidas em multimarcas por todo Brasil, a Doisélles tem showrooms em São Paulo, Nova York, San Francisco e Tóquio.